Leo Brouwer e os seus contemporâneos

Leo Brouwer nasceu a 1 de Março de 1939 em Havana.  Desde muito cedo demonstrou possuir aptidões excecionais para a música e para o seu instrumento de eleição: a guitarra. Aos 16 anos surgem as primeiras composições para este instrumento, já com uma qualidade notável.

As lições de guitarra com Isaac Nicola (aluno de Emilio Pujol) e os estudos de composição na célebre Juilliard School of Music em Nova York foram determinantes para a sua formação.

A sua extensa obra musical, de uma criatividade e qualidade admiráveis, apresenta diferentes períodos composicionais, influenciada pelas tendências musicais do séc. XX – facto perfeitamente normal a alguém profundamente atento à criação artística nas áreas da música, da poesia, da filosofia, da dança, da pintura e até da ciência. No entanto, em todas as suas obras permanece o seu ADN musical: a música popular afro-cubana.

O início do percurso artístico de Leo Brouwer coincidiu com uma mudança de paradigma no repertório para guitarra. A grande maioria das obras compostas antes do século XX eram produto do labor de guitarristas/compositores. Devido, em grande parte, ao esforço de divulgação das potencialidades musicais da guitarra, pelo famoso guitarrista espanhol Andrés Segóvia, começaram a surgir obras de grandes compositores não guitarristas tais como: Manuel de Falla, Frank Martin, Heitor Villa-Lobos, William Walton, Malcom Arnold, Michael Tippett, Benjamin Britten, Joaquin Turina, Alberto Ginastera, Hans Werner Henze, Tomas Marco, Federico Mompou, Francis Poulenc, Joaquin Rodrigo, Jorge Peixinho, Fernando Lopes-Graça entre outros.

Podemos concluir sem exagero que foi o início de uma época de ouro para a guitarra.